Uma vida dedicada ao próximo
por Miguel Martinez Segade
Cristina S. é uma capitã do exército espanhol a qual participou em várias campanhas humanitárias como enfermeira de centro cirúrgico. Ela é casada e tem dois filhos. Nasceu em Madrid e está com 40 anos.
Miguel: Você sempre quis servir ao exército espanhol?
Cristina: Não, nunca pensei nisso. Quando acabei os meus estudos de enfermagem, comecei a procurar emprego. O exército espanhol tinha aberto vagas na academia de oficiais para pessoas que tivessem ensino superior. Eu estava no perfil, então, decidi tentar e... consegui.
M: Na sua família, existiam pessoas que serviram o exército?
C: Não, meus familiares eram guardas civis, menos o meu esposo que era sargento do exército espanho.
M: Qual cargo você possui atualmente?
C: Quando eu saí da academia militar de Zaragoza, era alferes, mas devido aos anos de serviço, às missões humanitárias que realizei, agora sou capitã.
M: Você já cuidou de feridas em alguma guerra? Qual?
C: Sim, na guerra da Bósnia e também durante a guerra do Iraque.
M: No que consiste ser uma enfermeira de centro cirúrgico de hospital de campanha?
C: Consiste em ajudar os médicos durante as operações realizadas nos hospitais de campanha, ou seja, hospitais montados em qualquer lugar, onde é necessário agir com rapidez.
M: Você sentiu medo na guerra da Bósnia? E na do Iraque?
C: Sim, nas duas, porque apesar de nós irmos para curar soldados/população local, estávamos correndo muitos perigos: minas terrestres.
M: Normalmente, que parte da população você atendia? Em que estado?
C: Crianças e mulheres com queimaduras.
M: Você acha o seu trabalho duro? Por quê?
C: Quando estou nas missões humanitárias, acho que sim, porque as pessoas passam por muita dificuldade; quando estou na Espanha, trabalho em um hospital militar, nesse momento, não é tão duro assim.
M: Você acha que seu trabalho tem boas recompensas?
C: Sim. O salário é bom. Mas a melhor recompensa é a espiritual. Traz muita alegria ajudar a quem precisa.
M: Em todos os seus anos de trabalho, qual foi a sua experiência mais marcante:
C: A perda de uma colega na guerra da Bósnia.
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