sábado, 20 de março de 2010

Um pouco de crônica, por Fernando Kuo - 8º ano


Um fusca parado num cruzamento


Em uma de minhas férias de verão, fui com meu pai a uma cidadezinha do interior de São Paulo. Tentando nos integrar à cidade, fomos comprar sorvete em um barraco quando vi um fusca velho e barulhento vindo lentamente lá do final da rua.

Quando chegou perto de mim, fez um insuportável ruído e parou. Fê-lo bem no meio de um cruzamento.

Aproximei-me e vi um monte de planta no banco de trás. A motorista não conseguia dar partida. Ouvi-a falando:

- Que droga!! Esta lata velha não está funcionando!

Depois vi um caminhão gigante em alta velocidade vindo na direção do fusca. Gritei:

- Saia do carro, tem um caminhão chegando!

- Não dá, não vou abandonar a minha mandioca!

Ela começou a gritar:

- Socorro! Socorro! Meu Deus, vou morrer junto com as minhas mandiocas!

Então fiquei sabendo que as plantas do banco de trás eram pés de mandioca.

O caminhão estava chegando mais perto e a motorista criou coragem e saiu do fusca histérica.

- Pare esse caminhão! Pare! Pare!

De repente, o caminhão parou. Bem colado nela. A mulher desamiou e a gente chamou a ambulância.

Na hora do acidente, muitas pessoas foram ver como a senhora estava. Logo chegou o resgate.

Ela acorda perguntando:

- Onde estão as minhas mandiocas?

O enfermeiro disse:

- Calma, precisamos cuidadr de você primeiro.

- Não, cuidem das minhas mandiocas - exige a motorista.

Depois de um tempo, ela veio nos agradecer:

- Obrigado a todos! Mas quem foi que me avisou sobre o caminhão vindo?

- Fui eu - respondi.

- Então, vou lhe dar um pouco de mandioca.

- Ah, e por falar nisso, onde está o caminhoneiro?

- Estou aqui!

- Seu louco, como pôde fazer aquilo? Quase matou as minhas mandiocas!!!

- A culpa foi sua de deixar essa máquina velha no meio do caminho.

A motorista, irritada, quis agredir fisicamente o caminhoneiro. Quando chegou perto, reconheceu-o. Disse:

- Você é o Gian Luca?

- Será que você é a Iolanda?

Os dois eram antigos namorados.

- Nossa! Há quanto tempo, Gian! Eu sempre estive procurando por você!

- Eu também, disse ele.

Toda a mágoa e toda raiva passaram. Foram embora e viveram felizes para sempre. Será?

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